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Você já passou por pressão estética? Confira as suas formas mais comuns

A pressão estética atinge pessoas que não se sentem dentro dos padrões de beleza. Já sentiu isto? Saiba mais sobre pressão estética e suas formas mais comuns.

Você costuma se queixar da sua aparência? Se incomoda com uns quilinhos a mais, o tamanho do seu nariz ou dos seus seios? Todo mundo conhece ou já conheceu alguém que está constantemente insatisfeito com a sua autoimagem e sonhando com cirurgias plásticas, harmonização facial e outros procedimentos estéticos.

Pode parecer algo normal essa insatisfação, no entanto, muitas pessoas têm-se afetado bastante nos últimos tempos por conta de pressões relacionadas à beleza. A sensação que estas pessoas têm é de como se elas estivessem vivendo em uma ditadura da beleza, comandada, principalmente, pela mídia.

Esta pressão para atingir um ideal de beleza predeterminado pela sociedade é chamada de Pressão Estética. Ela se manifesta de diversas formas, que resultam na insatisfação com os traços físicos, como biotipo corporal e fisionomia. Quer saber mais sobre este assunto? Continue lendo este artigo para entender mais sobre pressão estética e suas formas mais comuns.

O que é?

A pressão estética é um fenômeno social que atinge majoritariamente as mulheres. Este fenômeno está relacionado à pressão social que as mulheres sofrem diante de suas autoimagens, pelo fato de não pertencerem naturalmente aos padrões de beleza impostos pela sociedade.

Nestes casos, rejeita-se totalmente o caráter subjetivo do que conceito de beleza. A beleza, como midiaticamente e culturalmente conhecemos, é definida como uma só ou, ainda, um conjunto muito limitado de padrões. Aprendemos desde cedo que ela passa longe de ser algo individual do ser, que faz parte da sua natureza, da sua genética.

Como efeito, surgem as buscas incansáveis para atingir tal padrão. Unidas a estas buscas, estão os sentimentos constantes de incompletude, insatisfação pessoal e até mesmo obsessão para se atingir tal corpo.

Qual a influência dos meios de comunicação na pressão estética?

Os meios de comunicação são os principais responsáveis pela divulgação destas normas estéticas e comportamentais. Estas normas nutrem o pensamento social e estão enraizadas em nossa cultura. As novelas, redes sociais, campanhas publicitárias, revistas e programas de televisão, por exemplo, contribuem fortemente para a formação e perpetuação destes estereótipos na sociedade.

Estes padrões influenciam meninas e mulheres de diferentes idades, culturas e classes sociais. A busca incessante pelo ideal de beleza difundido pelos meios de comunicação, sobretudo as redes sociais, geram uma insatisfação constante, característica da pressão estética.

O poder das redes sociais

O culto ao corpo perfeito é difundido, principalmente, pelas redes sociais, como o Instagram. Essas ferramentas contribuem fortemente para a formação de discursos e narrativas que reafirmam os padrões de beleza.

Influencers, celebridades e afins projetam em seus feeds os corpos mais desejados pelo público da internet, tanto feminino como masculino. São formas esbeltas e malhadas vestindo tendências, e rostos simétricos e harmônicos, de lábios preenchidos e narizes arrebitados, cobertos de maquiagem.

Veiculam-se inúmeros perfis de pessoas que se reafirmam a todo momento saudáveis, fitness e felizes. Frequentadores de academias e das melhores festas, viajantes dos melhores destinos do país e do mundo e outras características que fogem de maneira discrepante da realidade de uma boa parcela da sociedade.

No entanto, são nestes moldes que muitas pessoas costumam se apegar e tentam reproduzir a fim de aceitação social, visto que são apresentadas vidas perfeitas e de sucesso. São corpos, estilos e até identidades transformados em produtos, convenientes, principalmente, às indústrias da moda e da beleza.

Formas mais comuns de pressão estética

De primeira, eles podem parecer comentários bobos e inofensivos, as famosas “brincadeirinhas”. No entanto, se tivermos um olhar mais contextual para história e cultura da sociedade, conseguiremos enxergar que estas falas são carregadas de preconceitos, adquiridos há muito tempo.

Como dito acima, tais discursos estão enraizados em nossa sociedade e, infelizmente, ainda continuam sendo disseminados e reforçados pelos meios de comunicação de massa e pessoas de grande influência. Tais manifestações surgem de diversos modos, por meio de falas, textos ou imagens.

As formas mais comuns de pressão estética estão relacionadas ao biotipo corporal, ou seja, a forma do corpo. Observações depreciativas ou piadas sobre aumento ou perda excessiva de peso podem gerar extrema insatisfação à autoimagem. Somado a isto estão os inúmeros discursos falaciosos sobre vida saudável, que relacionam gordura ou excesso de peso a mero descuido ou desleixo.

Para se ter uma ideia, o Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo. A lipoaspiração, procedimento que remove o excesso de gordura de uma determinada parte do corpo, é a mais procurada pelos pacientes no Brasil e também no mundo todo. Este procedimento é o que possui o maior número de complicações, inclusive fatais.

A pressão estética também está muito atrelada à hiper-objetificação, construída, principalmente, no imaginário masculino. Muitas mulheres não se sentem atraentes ou até mesmo “femininas” por causa do tamanho dos seus seios. Como forma de se adequar ao padrão estético, elas recorrem à cirurgia de implante de silicone.

Consequências

Como consequência dessa pressão social, muitas pessoas se sentem complexadas, criando pensamentos e discursos autodepreciativos em relação a sua autoimagem e gerando uma queda significativa da autoestima, tornando-as inseguras.

Tais atitudes podem desencadear quadros psicológicos de depressão, crises de ansiedade e estresse. Além disso, alterações fisiológicas também podem ocorrer devido às mudanças de hábitos de alimentação, causando, por exemplo, transtornos alimentares como anorexia, bulimia e compulsão.

Além dos problemas de saúde, outra consequência da pressão estética são os problemas financeiros. Muitas pessoas, para conseguir alcançar o padrão estético ideal, acabam comprometendo o orçamento ao investir em procedimentos estéticos, produtos e profissionais.

Driblando a pressão estética

 Para driblar a pressão estética é necessário desenvolver um olhar mais crítico perante o conteúdo veiculado nas redes sociais. Não conseguimos enxergar os possíveis artifícios, como disponibilidade financeira e de tempo para investir em hábitos saudáveis, cirurgias plásticas, muitas vezes de caráter invasivo, e restrições alimentares.

Mas, mais importante do que um olhar analítico às mídias, é colocar em prática e também fortalecer a autoestima, auto-aceitação e autoconhecimento. Às vezes será necessário o auxílio de um profissional para este processo, como psicólogos ou terapeutas. Mas não deixe reconhecer você, na qualidade de você mesmo/mesma!

Onde terei jogado fora

Meu gosto e capacidade de escolher,

Minhas idiossincrasias tão pessoais,

Tão minhas que no rosto se espelhavam

(Eu, Etiqueta/Carlos Drummond de Andrade)