Uma das notícias de grande destaque nas últimas semanas foi sobre a venda de um vilarejo espanhol por apenas 260 mil euros. Claro, o valor parece exorbitante para muitas pessoas, mas deve-se pensar que se trata de um vilarejo.
Isso quer dizer que o lugar é praticamente uma pequena cidade, com casas, estabelecimentos comerciais e até igrejas. Se o sonho de quase todo indivíduo, quando criança, era ter seu próprio país, com seus critérios e aspectos, o que levaria alguém a vender um vilarejo?
Vilarejo espanhol em promoção
A oferta é bastante atrativa: uma aldeia à venda por 260 mil euros, o que equivale a 1,4 milhão, aproximadamente. Isso porque, com esse valor, só é possível adquirir um apartamento simples em regiões isoladas de Madri.
A aldeia de Salto de Castro, como é chamada, foi comprada no início dos anos 2.000, por um homem que desejava fazê-la um ponto turístico, já que o local é bem localizado, fica a poucas horas de Madri, e é bastante interessante.
Nesse sentido, o vilarejo da Província de Zamora, na divisa da Espanha com Portugal, conta com mais de 40 casas, igreja, escola, e até mesmo um quartel e um hotel. Vale lembrar que tudo isso é incluído na compra.
Entretanto, o Salto de Castro está abandonado há mais de 30 anos. A ideia inicial, na década de 1980, foi construir a aldeia para as famílias dos trabalhadores que participaram da construção de um reservatório de água nas proximidades do local.
A ideia e execução do projeto foi da própria empresa responsável pela obra. Porém, as pessoas não conseguiram esperar por muito tempo e optaram por retornar e habitar na área urbana. Isso porque após o processo e o vilarejo ficou esquecido.
O plano inicial falhou
Após alguns anos, o atual proprietário comprou o lugar com a intenção de desenvolver o hotel construído ali, mas devido a uma crise econômica e pelo fato de a aldeia depender bastante dos serviços advindos da cidade, se tornou muito custoso manter o planejamento.
Desse modo, o dono pôs a aldeia à venda, atitude que ele justificou por ser muito urbano e não conseguir arcar com todos os custos necessários para o bom funcionamento. Porém, há muitas pessoas interessadas em assumir esse papel.
De acordo com o corretor responsável pela negociação da venda, houve mais de 50 mil visitas na página do anúncio no período de uma semana. Além disso, cerca de 300 pessoas, de diferentes países, visitaram a região com a pretensão de fechar negócio.
Os planos que poderiam dar certo para o vilarejo
Sob essa perspectiva, é possível observar que o vilarejo de Salto de Castro é um lugar que chama a atenção de muitos investidores. Isso porque, apesar de o atual comprador não ter tido muita sorte com a propriedade, trata-se de um local com muitas possibilidades de crescimento se for bem gerenciada.
Assim, é necessário que os próximos donos sejam visionários e aproveitem o tesouro que é o Salto de Castro. Logo, vamos deixar algumas sugestões de planejamento que poderiam ser implementados no desenvolvimento da aldeia a seguir.
Cultivar para colher bons frutos
Como visto, a aldeia ficou abandonada por muitos anos. Inicialmente, foi em decorrência da volta dos trabalhadores da obra para suas casas ou a ida deles para um ambiente urbano. Isso é compreensível, já que a maior parte das oportunidades de crescimento profissional estão nas cidades, e não no campo.
Entretanto, isso não deveria ser uma realidade com parâmetros tão discrepantes. Nesse sentido, se o dono da aldeia recebe incentivos financeiros do governo ou de uma entidade privada, o local poderia render muitos frutos, literalmente. Isso porque no Salto de Castro poderia ter um estímulo à agricultura familiar, por exemplo.
Esse é um negócio muito valioso, já que produz cerca de 80% dos alimentos no mundo. Isso atrairia pessoas oferecendo serviços de mão de obra, o que estimularia o comércio do vilarejo e, por consequência, desenvolveria a economia local.
O turismo ainda pode ser um bom caminho
Outro ponto que poderia ser explorado por algum investidor é o turismo, que era o projeto do atual proprietário. Dessa maneira, com a quantia necessária, o lugar poderia se tornar um oásis para quem está cansado do estresse e agitação da vida urbana, e só deseja bons dias no campo.
Nesse sentido, como se sabe, a ansiedade foi considerada o “mal do século XXI”, e segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de desenvolvimento da doença aumentaram 25% após a Pandemia da COVID-19.
Dessa maneira, como nesses quadros é recomendada uma rotina calma e longe de preocupações, por exemplo, dias em um vilarejo longe da urbanização e preocupações do dia a dia ajudaria muito pessoas que sofrem com esse transtorno.
A volta de conceitos antigos em evidência
Outro ponto a ser destacado é a volta de conceitos popularizados com o arcadismo, como “Fugere urbem” e “Carpe diem”, que foram incentivadas pelo escritor Horácio e se tornaram símbolo do movimento literário.
Essas expressões estimulavam a busca por uma vida campista e tranquila, em detrimento da inconstância da realidade urbana. Logo, com a propagação do uso da internet, as informações são repassadas instantaneamente.
Assim, muitas pessoas estão cansadas de tantas notícias ruins ao mesmo tempo em suas redes sociais, e só desejam um lugar distante de todo esse caos. A violência urbana, as guerras e a falta de limites na disputa por poder tem assustado as pessoas que vivem mais próximo de toda essa situação.
Além disso, é importante lembrar que o aumento do uso de celulares e computadores, até mesmo por crianças, tem distanciado muitas famílias, o que poderia ser amenizado em uma vida campista, por exemplo. Portanto, mais alguns pontos para o Salto Castro, que seria o ambiente perfeito para quem procura paz.
A compra do vilarejo é um bom negócio!
Como é possível notar, há algumas maneiras de salvar o vilarejo Salto Castro. Certamente não será um investimento financeiro de baixo custo, mas visto que o valor para adquirir o local foi bastante inferior ao que deveria ser, vale a pena. Aliás, realizar o sonho de ser dono de uma aldeia já é uma vantagem suficientemente atraente para um possível investidor.