O símbolo da diversidade e a FIFA
O símbolo da diversidade criada para difundir a liberdade de se relacionar e equidade social, foi motivo de punições pela Fifa e muitas críticas por todos os países. Após a ameaça de punições, jogadores que desejavam usar o adereço no braço, foram obrigados a desistir por receio de serem impedidos de participarem da competição mundial de futebol.
O mundial de futebol de 2022, no Catar, tem sido bastante polêmico e uma delas gira em torno da tal braçadeira, que é só um dos grandes problemas relacionados à intolerância no país. Entenda agora, como os jogadores e a torcida estão lidando com esse dilema e porque a braçadeira é motivo de ameaça para jogadores, times, e por que não de alguns torcedores!
O símbolo da diversidade: a notícia
As seleções que estão disputando o campeonato mundial de futebol de 2022, foram ameaçadas de serem penalizadas pela Fifa, caso algum de seus jogadores utilizassem o símbolo da diversidade colorido no braço.
Os jogadores de seleções europeias resolveram mudar totalmente de decisão, quanto a entrar em campo usando a braçadeira, dado o ultimato da instituição responsável pela organização do mundial de não. Alguns dos participantes da competição ficaram tristes e decepcionados com a impossibilidade de usar a bandeira, foram o capitão da equipe da Inglaterra, Harry Kane e o Gareth Bale.
Mas porque toda essa repercussão em torno do uso de uma braçadeira? Na verdade, a questão é muito mais profunda e capaz de causar muita revolta, tanto pela postura do país, quanto pelo modo como estão reagindo a esse evento.
O significado do símbolo da diversidade
A repercussão em torno do símbolo da diversidade gira em torno do seu significado. As famosas braçadeiras apareceram pela primeira vez em 2020. O contexto foi o início de um projeto que visava a discussão sobre a diversidade promovida por uma associação de um clube desportivo da Europa.
Tudo isso para que fossem realizadas ações que fossem de encontro às atitudes que promovem racismo e outras intolerâncias. A proposta é ampliar a discussão e promover boas práticas de inclusão no esporte.
O design do símbolo da diversidade é composto por um coração pintado com as sete cores do arco-íris e com um número 1 no meio do emblema, em volta do coração o texto “One Love” e também as palavras falando sobre a conexão com o futebol abaixo do símbolo.
A dúvida é porque usar um símbolo de diversidade e lutar pelos direitos humanos básicos, incluindo diversidade e a inclusão da comunidade LGBTQIA+ pode causar tantos problemas?
Ilegalidades no Catar
Não há nenhum problema em si, no uso do símbolo da diversidade. A questão é o local da realização do mundial de 2022. O país escolhido para sediar o mundial, tem muitas restrições e uma delas é sobre a homossexualidade.
O país considera as relações não heterossexuais e a divulgação dessa prática como ilegais e as pessoas que defendem ou se declaram homossexuais são penalizadas. Há também vários problemas relacionados aos direitos humanos relacionados a grupos minorizados, a exemplo das mulheres e dos trabalhadores que foram trabalhar como imigrantes, provocando uma certa revolta com o país escolhido para ser sede do mundial de futebol.
Quando entrevistado por uma rede televisa da Alemanha, o embaixador do mundial de futebol, Khalid Salman, afirmou com palavras duras que a homossexualidade em seu país era proibida e mais, alegou ser um distúrbio mental.
Para piorar sua fala, ele ressalta que nem todos os torcedores serão bem recepcionados, pois não existe tolerância com quem não se enquadra nos padrões morais do seu país. Mesmo ciente dessas declarações, torcedores do mundo todo se dirigiram ao Catar e aproveitam os jogos.
Com declarações tão pesadas, as reações sofridas não poderiam ser diferentes. Torcedores, jogadores e ex-jogadores expuseram sua opinião e expressaram como puderam sua revolta frente a essa postura.

A diversidade, a FIFA e o Qatar
Reação dos torcedores
Muito embora nem exista uma grande restrição a quem poderá visitar e torcer no Catar, os estádios ficaram lotados e o público tem marcado presença nos jogos para torcer pelas suas seleções. Alguns depoimentos comprovam a insatisfação de alguns desses torcedores.
Que sentem muito desprezo e avaliam que a organização do mundial se revelou intolerante quando ao punir arbitrariamente alguns jogadores que utilizassem em seus braços o símbolo da diversidade. As palavras fortes dizem muito sobre o posicionamento de quem acredita que o futebol também deve assumir uma postura de equidade e inclusão social.
Algumas torcidas organizadas também afirmaram por meio de um comunicado que esse tipo de evento, como um mundial de futebol, nunca mais deveria ser realizado com foco no dinheiro e em grandes obras de infraestrutura.
Muitos estão revoltados ainda com o posicionamento das instituições acerca da questão da diversidade e de outros pontos, a saber, não poder beber cerveja nos estádios, mas parece que a festa do mundial é o que realmente importa neste momento.
A repercussão
E não foram só as pessoas que quiseram torcer se revoltaram com o modo como os responsáveis pela realização do evento se comportaram e mantiveram a postura frente a intolerância do país que recepciona o mundial de futebol de 2022, o Catar.
O símbolo da diversidade causou grande rebuliço no meio esportivo e parece que não tem prazo para acabar. Concordando ou não com a postura da Confederação Mundial de Futebol, a notícia se espalhou e continua a reverberar.
Muitos jogadores se manifestaram e um clube de futebol alemão considerou o fato da Fifa penalizar mesmo que de forma mais qualquer jogador que ousasse utilizar o símbolo da diversidade, como algo desnecessário e radical.
Uma das manifestações que mais provocaram impacto, foi na disputa com a seleção japonesa, os jogadores da Alemanha fizeram um gesto de colocar as mãos na boca como uma forma de protestar, antes de começar a partida.
Para um ex-jogador da seleção inglesa a decisão de usar ou não uma braçadeira que represente a diversidade não deveria ser uma decisão do país que recepciona as pessoas, mas dos times. Tomaria como um desafio e estaria disposto em qualquer circunstância às retaliações que porventura surgissem.
Foi ainda mais veemente e disse também que ousaria discutir com o técnico da seleção de seu país e reafirmaria que usaria a braçadeira a todo custo, mesmo que isso levasse a seleção para casa mais cedo. Uma decisão muito difícil, já que é um momento muito esperado por todos os jogadores, para os mais jovens, que anseiam pela sua primeira participação e para aqueles que pretendem se aposenta