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Sheik dos Bitcoins e a falácia nas redes sociais

Sheik dos bitcoins faz vítimas entre famosos. Acreditando na rentabilidade dos bitcoins várias celebridades foram enganadas.

Sheik dos Bitcoins Causa nas redes sociais

Notícias de Bitcoins

Uma das notícias mais comentadas em relação às criptomoedas, nos últimos meses, é sobre o Sheik dos Bitcoins. Francisley Valdevino da Silva fez diversas vítimas, entre famosos, que acreditaram no vantajoso retorno financeiro que ele garantia a quem investisse no negócio.

Esse crime, além de expor o alarmante esquema arquitetado por anos, também coloca em evidência o poderoso alcance das redes sociais. Assim, é possível notar a gravidade das consequências que as ações no mundo virtual podem ter na conjuntura real.

O que são os famosos Bitcoins

Qualquer pessoa que use minimamente a internet já ouviu falar sobre os Bitcoins. Nos últimos anos, o termo se tornou muito popular, já que as promessas acerca dele são bastante animadoras, como sua alta e rápida valorização.

Nesse sentido, os Bitcoins são moedas virtuais, ou criptomoedas, que só existem na realidade digital. Há vários relatos de pessoas que investiram nesse negócio inovador e conseguiram muito dinheiro, e outras que perderam tudo o que tinham de economias. Como visto, trata-se de correr riscos.

Resumidamente, o Bitcoin é a primeira moeda virtual criada no mundo, mas atualmente existem milhares delas. As criptomoedas podem ser usadas para pagar muitos serviços, como as cédulas normais. Entre eles estão ingressos de cinema, roupas, pratos em restaurantes e, até mesmo, imóveis.

Uma das grandes vantagens é que a moeda não é regulada por nenhuma instituição financeira, seja pública, seja privada. Sendo assim, os consumidores podem movimentar os Bitcoins sem nenhum tipo de intermediário.

Entendendo a essência do esquema

Como visto, o uso dos Bitcoins pode ser muito útil para as pessoas, sobretudo as que estão mais conectadas com o mundo virtual. Entretanto, essas criptomoedas não se limitam à função de substituir as cédulas, e por isso surgiu o império do Sheik dos Bitcoins.

Sob essa perspectiva, há diferentes maneiras de ganhar dinheiro com os Bitcoins, como negociando as moedas compradas, apostando, fazendo mineração delas e investindo. No que diz respeito ao investimento em Bitcoins, muitas pessoas têm interesse. Uma das formas de ter um retorno financeiro com esse mercado é alugando essas moedas.

Assim, uma pessoa que tenha os Bitcoins os fornece para alguém, por uma determinada taxa e um período estabelecido. Dessa maneira, consegue-se benefícios para ambas as partes, já que o dono da moeda receberá um valor pelo aluguel, e quem “pegou emprestado” poderá ter os frutos do tempo em que usou os Bitcoins.

Sheik dos Bitcoins causa nas redes sociais

Sheik dos Bitcoins causa nas redes sociais

A ascendência do Sheik dos Bitcoins

Assim, nesse tipo de negócio que Francisley Valdevino da Silva investiu. De acordo com a Polícia Federal, ele atuava no pseudo aluguel de Bitcoins desde 2016, com uma empresa de tecnologia.

O chamado “Sheik dos Bitcoins” começou no segmento com poucos recursos, mas atualmente possui mais de cem empresas registradas em seu nome. Ele divulgava o negócio de aluguel da criptomoeda com a garantia de que os investidores poderiam ter, mensalmente, até 20% do dinheiro aplicado.

Contudo, todo o esquema se tratava de uma quadrilha organizada, a qual movimentou aproximadamente R$ 4 bilhões no país com lavagem de capitais e esquema de pirâmide. Porém, o alcance não foi só no Brasil, mas também em países da Europa, Ásia e nos Estados Unidos.

As consequências do golpe do Sheik dos Bitcoins

As empresas do Sheik dos Bitcoins certificavam vasto conhecimento em investimento de criptomoedas, e contava com uma empresa qualificada e treinada para gerar lucros. Porém, tratava-se de um esquema de pirâmide, no qual as pessoas aplicam dinheiro com a promessa de receber significativo retorno financeiro.

Entretanto, quando cessa o ingresso de investidores no negócio, o dinheiro também acaba. Assim, fica inviável os organizadores fornecerem os retornos garantidos e o projeto entra em colapso. Sob essa perspectiva, diversas pessoas foram lesadas pelo fim do esquema, visto que aplicaram quantias bilionárias no esquema fraudulento.

Entre as vítimas estão a filha da apresentadora Xuxa Meneghel, Sasha Meneghel, e o marido dela, que perderam mais de R$1 milhão. Francisley Valdevino foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de novembro por descumprir ordem judicial. Ele respondia o processo em liberdade, mas com limitações, como não administrar suas empresas e nem praticar gestões em nome do grupo econômico. Todavia, as medidas foram desrespeitadas.

A internet e o reflexo no mundo real

Um dos aspectos cruciais para a popularidade e credibilidade do Sheik dos Bitcoins foi sua atuação nas redes sociais. Francisley Valdevino ostentava carros, joias, viagens e imóveis em suas páginas na internet, o que transmitia a imagem do homem de sucesso.

Dessa maneira, os seus seguidores em aplicativos, como o Instagram, notavam o poder de aquisição dele e acreditavam que era possível chegar ao mesmo patamar com os investimentos. Assim, o Sheik dos Bitcoins era seu próprio marketing, função que exerceu com maestria, a notar pelos seus resultados financeiros.

A ideia desenvolvida é antiga

A operação da Polícia Federal, Poyais, faz menção a um famoso esquema de corrupção aplicado por Gregor MacGregor. O jovem escocês, recém chegado da guerra da Venezuela, no século XIX, decidiu vender terrenos na Inglaterra, no reino de Poyais, de forma duvidosa.

Isso porque o ex-soldado garantia aos compradores que eram terrenos em terras prósperas, de bom cultivo e ricas em animais. Entretanto, a realidade não era dessa maneira, já que se tratava de áreas rochosas e secas. Sob essa ótica, percebe-se que o enredo da história soa bastante familiar, visto que é a síntese dos golpes aplicados nos dias atuais.

Porém, MacGregor usava os jornais da época, com notícias elaboradas por publicitários, para divulgar os terrenos em questão. Na realidade contemporânea, na qual muitas pessoas, sobretudo os jovens, fazem uso da internet, a disseminação de fraudes ficou mais fácil.

Qualquer pessoa tem a possibilidade de criar “o modelo da vida perfeita” nas redes sociais para convencer os usuários a adquirir um serviço. Dessa forma, se atrela o produto à venda a uma imagem de felicidade e glamour, Isso porque a pessoa que está com ele, nas redes sociais, demonstra ter desenvolvido essas características após a aquisição dele.

Assim, conclui-se que é necessário prudência para imergir no mundo virtual e ter cautela para não se influenciar pelas estratégias. Como visto, as realidades virtuais e físicas estão, cada vez mais, homogeneizadas, mas é fundamental saber identificar a linha tênue.