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Leilão de pertences de famosos: por que isso acontece?

Você já ouviu sobre leilão de pertences de famosos? Essa é uma prática e que continua despertando o interesse de admiradores de celebridades.

Leilão de peças de artistas

Você já pensou em ter óculos que pertenceu ao seu ídolo? Saiba que talvez você precise desembolsar cerca de R$ 400.000 por isso em um leilão de pertences de celebridades! Há poucas semanas os óculos redondos emblemáticos de John Lennon foram anunciados em leilão.

Dentre os itens disponíveis no leilão “Icons & Idols ‘N’ Roll Auction”, que acontece anualmente em Nova York. Os lances estimados para a peça podem chegar a mais de US$ 80.000 o que significa mais de R$ 400.000. Certamente para muitos fãs do líder dos Beatles, que tenham a quantia suficiente, o item vale muito mais do que qualquer dinheiro.

Quanto você pagaria por destroços de um instrumento?

A pergunta parece ter só uma resposta: nada! Mas a situação pode ser bem diferente, para alguns, se a oferta em questão se tratar de uma guitarra que pertenceu a um ídolo. Isso porque, também será leiloada uma guitarra usada –e quebrada– pelo astro Kurt Cobain durante um dos shows da primeira turnê do Nirvana, em 1989, na Pensilvânia.

O instrumento teve que ser remendado com fitas adesivas, mas os que não sabem da história, mal conseguem reconhecer que aqueles destroços foram uma guitarra. A expectativa é que esse item seja leiloado por mais de US$ 200.000. Vale lembrar que a guitarra usada por Kurt Cobain no clipe de “Smell Like Teen Spirit” foi levada por um lance de US$ 4,5 milhões.

O que equivale a incríveis R$ 22 milhões. Em maio deste ano, o que sugere que as propostas podem ser mais altas do que o esperado. Alguns outros artigos de famosos, como Beyoncé e Carrie Underwood também serão oferecidos nesse evento em Nova York.

O leilão de pertences de famosos

A prática de leiloar pertences de famosos não é uma novidade, e esses eventos já ofereceram os mais diversos objetos por preços impressionantes. A exemplo disso, há alguns anos uma cueca que pertenceu ao cantor Elvis Presley foi leiloada por £ 5 mil, o que equivale a R$ 38.401.

De acordo com os responsáveis pela peça, a cueca nunca foi lavada e ainda tinha manchas em seu tecido. Curiosamente, essa descrição torna a oferta ainda mais interessante para muitas pessoas, só para ilustrar.

Além disso, outro lance marcante foi sobre uma camisa manchada com o sangue do cantor John Lennon. Nesse caso, a peça pertenceu ao porteiro que foi a primeira pessoa a socorrer o astro no dia de seu assassinato. A roupa foi vendida por £ 31 mil, o equivalente a R$ 237.733. Incrível, não?

Sucesso póstumo e seus resultados

O diretor executivo da empresa responsável pelo leilão, Martin Nolan, disse que a procura por itens que pertenceram a artistas aumentou consideravelmente no período da pandemia. As pessoas estão preferindo adquirir esses tipos de artigos, mais sentimentais, a investirem em negócios imobiliários, por exemplo.

Nesse sentido, esse é um movimento bastante interessante, pois evidencia o afloramento de uma tendência antiga, que é a valorização após a morte. Sob essa perspectiva, alguns exemplos podem ser dados de artistas que fizeram ainda mais sucesso depois que se foram, tendo suas músicas, que eram esquecidas, tocadas diversas vezes nas rádios, e seus CD’s sumindo das lojas rapidamente.

Michael Jackson: um dos maiores exemplos do fenômeno

Sob essa perspectiva, o cantor Michael Jackson, que é considerado o “rei do pop”, mas que até a sua morte estava um pouco esquecido pela mídia artística. Era mais lembrado pelas polêmicas envolvendo o seu nome do que pelo seu renomado conteúdo musical.

Entretanto, após o seu falecimento, em 2009, canções como “Thriller” e “Billie Jean” tocavam em aparelhos de áudio do mundo todo, e pessoas, de várias idades, se tornam admiradoras do astro. Inclusive, vale ressaltar que a icônica jaqueta vermelha usada por Michael Jackson no clipe de Thriller foi leiloada por US$ 1,8 milhões.

Leilão de peças de artistas

Leilão de peças de artistas

Elvis Presley e o surgimento de uma legião de fãs

Outro exemplo de destaque é a adoração a Elvis Presley. É verdade que o seu charme e a boa música sempre foram reconhecidos. Contudo após o seu falecimento, em 1977, a imagem de rei do rock e sedutor foi consagrada pela mídia. Com isso, os administradores da fortuna do cantor faturaram muito mais do que o próprio em vida.

Isso porque os direitos autorais pelo uso da sua imagem em programas de televisão. Além de filmes e até em espetáculos, foram muito requisitados. Sob essa perspectiva, as joias e os carros do astro serão leiloados também. Tudo isso com o apoio da sua ex-esposa, Priscilla Presley.

Os inimigos do fim e sua relação com o leilão

De acordo com a psicóloga da Washington State University, Nina Olsen, essa supervalorização do artista após a morte se dá pela imagem ser inalterável. A saber, se mantém os grandes sucessos e se exclui as polêmicas e os erros cometidos durante a vida.

Dessa maneira, criam-se deuses e reis perfeitos moldados pela indústria midiática. “É histórico, todos querem ter uma imagem impecável para ser adorada, e a mídia oferece isso. A música e os trabalhos feitos pelo artista ficam melhores. Além de mais geniais, e a morte de alguém tão bom parece algo injusto, inaceitável.”, explica Nina.

O leilão de pertences se torna um subterfúgio para a morte

Nesse sentido, com a morte, as pessoas realmente percebem que não verão mais o outro. Vem a sensação de arrependimento por não ter dado o devido valor quando poderia. Nesse caso, os fãs se sentem culpados por não terem ido a mais shows ou comprado mais CDs do artista.

Assim, os leilões de artigos que pertenceram ao ídolo é uma ótima oportunidade de tentar se redimir. Para muitos, essa sensação vale mais do que qualquer dinheiro. Sob essa ótica, faz sentido que a procura por objetivos de celebridades falecidas tenha crescido após a pandemia.

Visto que nesse período o sentimento de perda e insegurança com o futuro foram muito presentes. Dessa maneira, as pessoas buscam, de alguma forma, manter viva a lembrança de quem se foi. Seja por fotos, seja por itens pessoais.