Esta sim é uma pergunta que gera muitos outros questionamentos. Afinal de contas, por qual motivo achamos estranho ver um velhinho sorrindo? Por que nos acostumamos a achar normal que todo idoso precisa ser ranzinza e mal-humorado?
Seja por conta das experiências e aflições com as quais precisou lidar, seja por conta da intolerância por parte de outras pessoas, a verdade é que muitos idosos com quem convivemos e interagimos têm motivos para não sorrir. Mas isso não precisa ser uma regra. Veja mais a seguir.
Os motivos por trás do sorriso
Quando pedimos às pessoas que avaliem seu próprio bem-estar, é comum que as aquelas que estão na faixa dos 20 anos se classifiquem muito bem. Isso ocorre porque os jovens geralmente se sentem bem consigo mesmos e com suas vidas, visto que estão apenas começando a ter sucesso e têm muito tempo pela frente para melhorar sua sorte.
No entanto, à medida que envelhecem, seu bem-estar pode diminuir, especialmente se estiverem passando por grandes transições na vida, como constituir família ou a preocupação de ganhar um bom salário.
Assim, conforme as pessoas vão envelhecendo, é bastante aceitável que se note um pequeno declínio dentro dessa análise. Isso porque a tendência é que quanto mais velhos, mais tristes ficamos – chegando ao ponto mais baixo por volta dos 50 anos.
Mas, ao contrário do que pensamos, ao invés de decrescer, os níveis de felicidade disparam na velhice. Ou seja, idosos são mais felizes do que os jovens e, sendo assim, as pessoas que se autoavaliam melhor são aquelas com idades entre 82 e 85 anos.
Os psicólogos dizem que nos tornamos mais felizes na velhice por conta das mudanças que ocorrem no nosso cérebro. Os jovens, por exemplo, tendem a se concentrar nos rostos ameaçadores, enquanto a atenção dos mais velhos se volta para os rostos felizes.
As pessoas mais velhas tendem a ser mais relaxadas, pois tiveram mais tempo para aprender e lidar com o estresse. Elas não estão sobrecarregadas com o fardo de pensar naquilo que pode acontecer, na verdade, estão mais preocupados em ter prazer em suas atividades atuais e comuns.
Velho e rabugento? o que diz a ciência.
Há muitos aspectos positivos associados ao envelhecimento: sabedoria, estabilidade financeira, oportunidade passar mais tempo com a família… Apesar disso, ainda assim corremos o risco de deixar de sorrir. Alguns cientistas sugerem que à medida que envelhecemos, nossa inclinação natural é nos ater a nossa própria realidade e evitar novas pessoas.
Um estudo publicado na Royal Society Open Science descobriu que quanto mais velho ficamos, mais difícil é identificar rostos sorridentes. Assim, é razoável assumir que o surgimento destes rostos “raivosos” reflete a autopreservação pessoal.

Você estranha ver idosos sorrindo?
O outro lado da moeda sobre idosos
Há idosos que já riram muito no decorrer de suas vidas, mas hoje já não o fazem mais. Quando isso ocorre, adotam uma expressão solene que, frequentemente, inspira mais respeito do que admiração.
Como consequência, na tentativa frustrada de manter tudo sob controle, o rosto naturalmente adota uma fisionomia ansiosa, tensa e até preocupada. Este é um dos motivos pelos quais muitas pessoas envelhecem e se tornam incapazes de rir – o que é uma legítima fonte de tristeza, pois impede que estes mesmos idosos aproveitem a vida.
conselho: Viva a vida numa boa senão quiser enlouquecer
Quem aprende a “ver o copo meio cheio” vive melhor e mais leve, isso é indiscutível. E o motivo pelo qual episódio ocorra é bem simples: o riso, e tudo aquilo que o acompanha, é uma das melhores formas de liberar sentimentos negativos como ansiedade, agonia ou estresse – que, de uma forma ou de outra, acaba afetando todo nosso corpo.
O riso é um dos melhores e principais sinais de saúde. Rir de si mesmo é um privilégio! Reconhecer os próprios erros e falhas e encará-los com bom humor torna os problemas mais fáceis. Além disso, nos faz seguir em frente sem muita resistência. O fato é que nosso senso de humor muda em resposta aos valores e sensibilidades sociais.
O que se deve evitar, no entanto, é que as adversidades nos impeçam de sermos felizes e nos transformem em pessoas totalmente amarguradas. Então, a não ser que você queira se rum velhinho ranzinza, aprenda a rir e lidar com os contratempos da melhor forma possível.
Uma pausa para refletir
Já parou para pensar por que os idosos são tão pouco atraentes para os mais jovens? Ou por que a relação entre estas diferentes gerações é tão improvável? Uma possível resposta para essa pergunta – e talvez a mais plausível – é que o fato olhar para um idoso e a forma como ele lida com a vida, nos deixa ansiosos.
Se este argumento não faz sentido para você, então talvez seja necessário observar o cenário com uma nova perspectiva. O que ocorre é o seguinte: quando convivemos com alguém mais velho do que nós, como nossos pais ou avós. Possivelmente estamos olhando para o nosso próprio futuro – o que, por si só, já é inquietante.
Entender o viés pessimista dos jovens em relação aos idosos e à velhice poder ser algo realmente confuso e até um pouco assustador. Pensemos da seguinte maneira: observar alguém próximo envelhecer pode intimidar. Afinal de contas, com o passar do tempo – e com sorte – seremos os próximos a estar naquela condição.
O que é natural para os idosos
Assim, é natural que, ocasionalmente, notemos que os mais jovens nos vejam como o futuro deles. Não que a ideia de envelhecer seja ruim, não é isso. Afinal, a velhice faz parte do círculo natural da vida. A questão que nos causa incômodo é de que forma iremos envelhecer.
Será que teremos saúde? Será que viveremos confortavelmente? Teremos alguém para nos fazer companhia ou estaremos sozinhos? Ninguém sabe. Há duas questões importantes aqui. A primeira é que temos medo do desconhecido, a segunda é que não há como prever o futuro. A única certeza que temos é que cada dia vivido é um teste pelo qual devemos passar.
Ao longo de nossas vidas, cometemos erros que trarão consequências – positivas e negativas. Inclusive o motivo pelo qual sua velhice será do jeito que será. Tudo depende de você. Por isso, lembre-se do que dissemos lá em cima e aprenda a não se levar tão a sério.