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Parlamento Britânico faz alerta sobre imagens

É mais comum do que se imagina as pessoas se olharem no espelho e não gostarem da imagem vista. Até o Parlamento Britânico emitiu nota, veja!

Insatisfação com a própria imagem é mais recorrente do que se imagina.

Um dos maiores fenômenos das redes sociais é o filtro para fotos. As pessoas que aparecem nas imagens editadas com eles podem ficar irreconhecíveis. Isso porque esse artifício permite alterar cor da pele, dos olhos, cabelo e até acrescentar algumas características, como lábios mais volumosos e nariz afilado.

Porém, apesar de parecer inocente, a moda das imagens editadas gera consequências bastante negativas, as quais promovem reações em cadeia e se disseminam por toda uma geração.

Por que a preocupação é válida?

O filtro das redes sociais se tornou uma das suas principais características. Muitas pessoas, aliás, acreditam que é uma grande vantagem proporcionada por elas. Isso se dá porque, nos dias em que o cabelo não ficou tão bom ou a pele não está colaborando, é só usar uma das diversas opções de filtros disponíveis e postar a foto.

O processo é simples, mas não inofensivo. O grande risco é que o uso das imagens editadas se torne um hábito, e que as pessoas não gostem mais da sua imagem real, e sequer consigam se ver de outra forma nas fotos.

Além disso, a propagação da ideia de uma imagem perfeita, seguindo uma padronização de beleza definida pela mídia é bastante perigoso. Assim, as pessoas vão buscar, até mesmo por formas inseguras, ficarem parecidas com a modelo da propaganda. Contudo, elas não sabem que a imagem daquela profissional passou por várias edições.

Parlamentares britânicos em alerta sobre as imagens editadas

Pensando nessas questões, parlamentares britânicos propuseram que as imagens editadas de anúncios ou propagandas devem indicar que houve alterações. Outro ponto destacado é a proposta de regulamentações mais rígidas no que envolve comerciais de produtos e serviços estéticos, como a harmonização facial.

Nesse sentido, o projeto é de suma importância, já que muitas pessoas tendem a adquirir um creme facial ou um batom porque na propaganda a modelo ficou mais jovem, iluminada e, até mesmo, seus traços mudaram. Tudo isso pode ser papel das imagens editadas, e o consumidor tem direito de saber.

Além disso, os parlamentares britânicos da Comissão de Saúde e Assistência Social do legislativo desejam que os cidadãos que decidirem passar por alguma intervenção estética aguardem um período de 48 horas.

Isso é considerado importante para eles terem certeza de que querem realizar o procedimento, e também para passarem por uma avaliação de saúde física e psicológica antes do processo.

De acordo com o membro do parlamento britânico e chefe do comitê, Jeremy Hunt, já houve inúmeros casos de pessoas que decidiram realizar determinado procedimento estético, mas foram submetidas a outros também, mesmo sem autorização. Isso é inaceitável e precisa ser punido com seriedade.

Transtorno dismórfico corporal: a doença do século XXI

Ainda que não seja um assunto tão comentado, o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é de grande relevância e está muito presente na sociedade atualmente. Trata-se de uma doença mental em que a pessoa fica obsessiva com uma característica, a qual ela considera um defeito na sua própria aparência.

Sob essa perspectiva, o TDC tem sido, cada vez mais, identificado devido a incansável busca pela imagem ideal, muito fomentada pelas imagens editadas. Assim, as pessoas se comparam com as celebridades das postagens do Instagram e se veem muito diferentes.

A partir disso, procuram por produtos de beleza usados por essas pessoas, cirurgias estéticas ou mesmo os filtros de edição. Trata-se de uma reação em cadeia, já que outras pessoas são estimuladas por essa prática. Sendo assim, torna-se infindável e move toda uma geração, principalmente os jovens.

Insatisfação com a própria imagem é mais recorrente do que se imagina.

Insatisfação com a própria imagem é mais recorrente do que se imagina.

Uma questão que atinge a todos

Todavia, engana-se quem acredita que o transtorno dismórfico corporal atinge apenas os indivíduos de vida comum que se incomodam com sua imagem. As grandes celebridades também sofrem com o problema, e não por coincidência são pessoas que trabalham diretamente com as redes sociais.

A exemplo disso, a atriz e modelo Megan Fox, considerada referência de beleza, confessou ter TDC em entrevista à revista GQ. Ela disse estar em tratamento e que os efeitos são positivos, mas vale lembrar que a doença não tem cura.

Além da modelo, outros artistas, como o cantor Shawn Mendes, também disseram que convivem com o TDC. “Eu estava sem camisa em um outdoor. Qualquer sessão em que você seja basicamente ‘sexy’ de alguma forma pode realmente mexer com o seu psicológico, porque você está lutando diariamente para viver de acordo com aquele cara”, disse o cantor sobre um ensaio fotográfico realizado.

“Droga, essas fotos são realmente incríveis, mas eu não posso corresponder àquele cara!” acrescentou o famoso.  Essas informações são importantes, pois comprovam que a situação é grave e de grandes proporções. Isso porque, até mesmo as pessoas consideradas parâmetros de idealização não estão satisfeitas com suas características.

As consequências das imagens editadas precisam de uma solução

Os parlamentares britânicos propõem que as propagandas e comerciais publicitários apresentem ao público maior diversidade de corpos, cores de pele, cabelos, entre outras características. Basicamente, o interesse é que se saia do padronizado e dos estereótipos estéticos definidos como ideais.

A comissão parlamentar ainda deseja que as imagens editadas que forem divulgadas em uma campanha publicitária sejam identificadas como alteradas, mostrando o que não é real no modelo em questão.

Além disso, outro ponto de destaque no documento é de que as substâncias utilizadas para procedimentos estéticos, como preenchimento labial ou harmonização facial, sejam vendidas apenas mediante receita médica.

Essa intervenção é fundamental para diminuir os casos de pessoas que decidem aplicar os produtos sem uma autorização médica, o que pode ser extremamente danoso à saúde por conta do mau juízo que fazem de sua imagem.

Um inimigo antigo que ainda faz vítimas

Por meio do relatório, os parlamentares britânicos ainda recomendam que o governo averigue sobre o uso de esteroides anabolizantes no Reino Unido. A utilização dessas substâncias é feita desde a década de 1950, mas seu uso continua frequente até os dias atuais.

Parte dos motivos da manutenção desse uso é o uso das redes sociais e suas imagens editadas. Muitos homens, e também mulheres, visam a ter corpos musculosos e definidos como os vistos no Instagram e Facebook, por exemplo, o que os levam a adquirir os anabolizantes para “um efeito mais rápido”.

Entretanto, essas substâncias trazem severas consequências à saúde dos usuários, que são piores de acordo com o tempo de uso. Elas podem ser cardiovasculares, cerebrais e levarem, até mesmo, à morte.

Sendo assim, é imprescindível que outros países desenvolvam projetos, como o da comissão parlamentar britânica. Dessa maneira, com atitudes mais rígidas e controle, será possível evitar ainda mais casos de transtorno dismórfico corporal.